Em mundo onde somos constantemente instigados a encontrar um propósito único que dê sentido à nossa existência, vale a pena questionar: será que a vida em si não é o propósito? Será que, ao invés de buscar um propósito para a vida único e exclusivo, não deveríamos nos abrir para a multiplicidade de experiências que a vida nos oferece?
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Vivenciar: o propósito em si da nossa existência
Vivemos em uma sociedade que valoriza a especialização, que nos incentiva a encontrar um caminho definido, único, uma carreira específica, um propósito claro. No entanto, ao seguir essa trilha, corremos o risco de nos perdermos na estreiteza de uma única perspectiva. A vida, ao contrário, é uma tapeçaria rica, tecida com os fios das experiências variadas, dos encontros inesperados e das reviravoltas imprevisíveis.
O propósito da vida é experienciar!
Ao questionarmos a ideia de um propósito único, nos permitimos explorar as nuances da vida. Não somos seres unidimensionais, moldados para se encaixar em um único molde preestabelecido. Somos seres em constante evolução, capazes de experimentar a alegria, a tristeza, a descoberta e a perda. E é justamente nessa diversidade de experiências que encontramos o verdadeiro propósito da vida.
Ao abrir mão da busca frenética por um propósito único, abraçamos a liberdade de explorar diferentes caminhos. Experimentamos o aprendizado que vem com os erros, as lições que surgem das escolhas difíceis e o crescimento que advém das mudanças inesperadas. Cada desvio da rota planejada é uma oportunidade de descobrir algo novo sobre nós mesmos e sobre o vasto mundo ao nosso redor.
É como se a vida fosse um vasto oceano, e cada experiência uma onda única. Buscar um único propósito seria como fixar os olhos em uma única onda, ignorando a vastidão do oceano. Ao invés disso, devemos aprender a surfar nas diversas ondas da existência, aproveitando cada subida e descida, cada desafio e vitória.
Organização e discernimento são fundamentais no caminho
Questionar o senso de um único propósito não é negar a importância de estabelecer metas e objetivos. Pelo contrário, é reconhecer que essas metas podem mudar à medida que crescemos e evoluímos. É compreender que o verdadeiro propósito da vida está na jornada, não no destino final. É encontrar significado na jornada multifacetada, repleta de experiências que moldam quem somos e quem podemos nos tornar.
É fundamental reconhecer a importância do planejamento e do discernimento na vida. Definir metas e objetivos é uma prática valiosa, mas essa postura deve ser adotada de maneira mais fluida. Os planos podem mudar e isso não é necessariamente um sinal de fracasso, mas sim, de adaptação à complexidade da existência. A sabedoria está em encontrar equilíbrio entre a busca por objetivos e a aceitação de que a vida é imprevisível. É assim que podemos abraçar a fluidez da jornada, incorporando a flexibilidade necessária para nos ajustarmos às oportunidades e desafios que surgem no caminho.
Portanto, ao invés de nos prendermos a um propósito fixo, convido vocês a abraçar a fluidez da vida. Deixe-se levar pelas correntes das experiências, sabendo que, ao fazer isso, você está verdadeiramente vivendo. Porque, no final das contas, talvez o propósito da vida seja simplesmente viver plenamente, abraçando todas as suas nuances e reviravoltas.
Helena Marques é jornalista formada pela UFRJ e mestranda em filosofia na mesma instituição. Editora do site Dom de Fluir, desde a infância estuda astrologia e a partir de 2015 ampliou os seus horizontes para o tarot e numerologia! Atualmente é colunista de esoterismo na Revista Ana Maria e Ibahia. Instagram: @domdefluir
Nascida sob o signo de áries, Anitta personifica a audácia e a ambição associadas a esse signo astrológico. Mas além da astrologia, há um conceito filosófico que pode ajudar a entender o impulso que a ajudou a alcançar o topo e ser um dos destaques do prêmio internacional VMA em 2023, o conceito da “vontade de potência”, do filósofo Friedrich Nietzsche.
Anitta, sucesso no VMA, signo de Áries, vontade de potência e Nietzsche
Áries: O signo da determinação
Para compreender a base astrológica do sucesso de Anitta, é importante começar com a influência de seu signo solar, Áries. Áries é frequentemente associado à coragem, liderança, e uma natureza intrépida. Pessoas de Áries são conhecidas por sua determinação e vontade inabalável de alcançar seus objetivos. Anitta, nascida em 30 de março, se encaixa perfeitamente nesse perfil. Desde o início de sua carreira, ela demonstrou uma paixão ardente por sua música e um desejo inegável de conquistar o mundo, mesmo vinda da favela e com um contexto sociocultural bem desafiador.
Assista ao vídeo sobre a análise entre Anitta, o signo de áries e o conceito de vontade de potência na filosofia de Nietzsche
Nietzsche e a vontade de potência
Agora, vamos adentrar no mundo da filosofia com Friedrich Nietzsche. Esse filósofo alemão, notório por sua análise perspicaz da natureza humana, introduziu o conceito de “vontade de potência”. Para Nietzsche, a vontade de potência é o impulso fundamental que motiva os seres humanos a buscar a excelência, a autenticidade e a superação de obstáculos. Em outras palavras, é a força interna que nos impulsiona a alcançar nosso máximo potencial.
Anitta e a vontade de potência na prática
Ao olhar para a carreira de Anitta à luz da filosofia de Nietzsche, vemos uma clara conexão. Anitta não apenas desejava se tornar uma cantora de sucesso, mas também estava determinada a se destacar de forma única e autêntica na indústria da música. Ela não se contentou em seguir o caminho convencional, mas explorou diferentes gêneros musicais e colaborou com artistas de todo o mundo.
Mesmo limitada musicalmente e economicamente, ela ousou ser diferente e sua vontade de potência a empurrou para além das limitações culturais e linguísticas. Anitta não apenas conquistou o Brasil, mas também se aventurou pelo mercado internacional, expandindo seu alcance global.
A vontade de potência, segundo Nietzsche, impulsiona as pessoas a superar obstáculos e desafios em busca de seus objetivos. Anitta enfrentou e enfrenta sua parcela de desafios ao longo de sua carreira. Ela tem que lidar com críticas, estereótipos e preconceitos, mas sua determinação inabalável a ajudou a superar esses obstáculos.
Ela também desafiou a indústria musical tradicional ao assumir o controle de sua carreira e marca pessoal. Sua habilidade em navegar pelo complexo mundo da música e dos negócios é uma prova da sua vontade de potência em ação.
Outro aspecto da vontade de potência é a busca pela diversificação e pela expressão multifacetada. Anitta não se contentou em ser apenas uma cantora. Ela se aventurou em atuação, apresentação de TV e até mesmo negócios. Sua habilidade de se destacar em diferentes campos demonstra a busca contínua pela excelência e pela realização de seu potencial máximo.
Em suma, o fenômeno comercial Anitta, como uma mulher do signo de Áries, que conquistou o mundo da música pode ser compreendido em termos da “vontade de potência” de Nietzsche. Sua determinação, ousadia e sua capacidade de superar obstáculos são todos reflexos desse impulso filosófico. Anitta é um exemplo inspirador de como a combinação da determinação pessoal e da busca pela vontade de potência pode levar ao sucesso e à conquista de objetivos aparentemente inatingíveis.
Helena Marques é jornalista formada pela UFRJ e mestranda em filosofia na mesma instituição. Editora do site Dom de Fluir, desde a infância estuda astrologia e a partir de 2015 ampliou os seus horizontes para o tarot e numerologia! Atualmente é colunista de esoterismo na Revista Ana Maria e Ibahia. Instagram: @domdefluir
O dom de fluir é um estado de facilidade, graça e harmonia em que uma pessoa se encontra quando está totalmente imersa em uma atividade ou situação. É como se tudo fluísse naturalmente, sem esforço ou resistência. É um estado de total absorção e conexão com o momento presente. E é justamente essa energia que queria imprimir ao meu site e aos meus atendimentos de astrologia, tarot e numerologia, inspirada por uma música homônima em espanhol, de um dos meus cantores favoritos, Jorge Drexler.
O dom de fluir é um estado de facilidade, graça e harmonia em que uma pessoa se encontra quando está totalmente imersa em uma atividade ou situação. Foto: quadro dança II – Henri Matisse
Quando alguém está no estado de fluir, há uma sensação de estar “no fluxo”, em que as ações ocorrem de maneira espontânea e sem contínua. A pessoa se sente energizada, focada e totalmente envolvida no que está fazendo. O tempo parece passar rapidamente, e há uma sensação de plenitude e satisfação na atividade realizada.
Esse estado de fluidez não se limita a uma área específica da vida. Pode ser experimentado em várias atividades, como esportes, música, artes, escrita, trabalho, estudos, entre outros. O importante é que a atividade seja significativa e envolvente para a pessoa, permitindo que ela se conecte profundamente com o momento presente.
Além disso, o dom de fluir também está relacionado à ausência de autocrítica e autodúvida. Quando estamos no estado de fluir, não estamos constantemente nos julgando ou nos preocupando com os resultados. Estamos simplesmente imersos na experiência, vivenciando do processo em si, e os resultados positivos geralmente vêm como consequência dessa entrega e dedicação total.
É importante mencionar que o dom de fluir não é algo que possa ser forçado ou controlado diretamente. É mais um estado que surge naturalmente quando nos permitimos entrar em sintonia com nosso verdadeiro potencial e nos entregamos totalmente à atividade em questão. Pode ser cultivado através da prática, do autoconhecimento e da busca por atividades que nos despertem paixão e interesse genuíno.
Em resumo, o dom de fluir é um estado em que nos encontramos em perfeita sintonia com o momento presente, imersos em uma atividade significativa e desafiadora. É um estado de facilidade, graça e plenitude, em que tudo flui…
Helena Marques é jornalista formada pela UFRJ e mestranda em filosofia na mesma instituição. Editora do site Dom de Fluir, desde a infância estuda astrologia e a partir de 2015 ampliou os seus horizontes para o tarot e numerologia! Atualmente é colunista de esoterismo na Revista Ana Maria e Ibahia. Instagram: @domdefluir
Frida Kahlo e Diego Rivera formaram um dos casais mais elétricos na história da arte! Referências do México para o resto do mundo, os dois exportaram a arte e a cultura do seu povo ao nível global no século XX. Todavia, além de ser conhecida como pintora, no século XXI Frida Kahlo ganhou ainda mais uma alcunha: a de ícone do feminismo.
Frida Kahlo e Diego Rivera: o amor entre Vênus de signos opostos. Foto: Google Arts and Culture
Contudo, nada de flores e chocolates. A história de amor dos dois foi bem conturbada, com um enredo repleto de comportamentos tóxicos, inúmeras traições de Diego, até mesmo com a irmã da artista, Cristina Kahlo, após ela posar nua para o artista.
Mesmo ciente de que Diego Rivera nunca foi homem de apenas uma mulher, devido à traição do marido com a irmã, Frida sangrou. Para além de todos os seus “ferimentos” físicos e psicológicos vivenciados pela artista ao longo da vida, parafraseando a cantora Pitty: “Aquele foi de longe o mais cruel”.
Por isso, inspirada em parte pela sua “tragédia pessoal”, como também em uma manchete de jornal que leu em 1935, onde um homem bêbado esfaqueou sua esposa na cama após descobrir a sua infidelidade e justificou ao juiz: “Mas tudo o que eu fiz com ela foi dar umas facadinhas de nada!”, Frida pintou o quadro traduzido por “Umas facadinhas de nada“.
“Umas Facadinhas de Nada”, obra de Frida Kahlo pintada em 1935. Foto: Google Arts and Culture
A obra representou sua forma de protesto diante da situação social e também serviu como um modo de transmutar os seus demônios diante daquela situação em que ela também se via “esfaqueada” pelo seu amor.
Frida Kahlo e Diego Rivera: Vênus em Gêmeos x Vênus em Sagitário
Curiosa que sou, fui checar o mapa dos dois e descobri que eles tinham Vênus em signos opostos! Vênus é o planeta que rege o modo que amamos na astrologia e também quais são os nossos conceitos de beleza.
Quando um casal tem a Vênus em signos opostos, esse posicionamento demonstra que os dois tinham formas COMPLETAMENTE diferentes de amar, que infelizmente, quando entram em contato, pode acontecer uma grande ebulição.
Os signos de Gêmeos e Sagitário têm o mesmo ritmo! São de qualidade mutável e isso significa que eles são mais abertos às transformações, abraçando a vida não pelo que tem de “ordenada”, mas sim, pelas possibilidades presentes nela. Ambos os signos são animados e compartilham de um grande amor pelo conhecimento. Em alguns casos, não fazendo questões de relacionamentos tradicionais.
Frida Kahlo e Diego Rivera, ela com Vênus em Gêmeos, ele, com Vênus em Sagitário. Foto: Google Arts and Culture
Tanto que entre Frida Kahlo e Diego Rivera isso foi bem presente, já que eles viviam um relacionamento aberto, até o momento que a artista descobriu o caso do marido com a sua própria irmã e não conseguiu suportar.
Contudo, Gêmeos, como um signo de ar, percebe o amor de um modo mais “mental”, em alguns casos, se deixando levar mais pela ideia que ele tem do outro, do que a própria realidade daquele indivíduo. Já Sagitário, como um signo de fogo, ama de um modo mais apaixonado, livre, leve, solto e não deseja ser obstruído por “regras” sobre o seu modo de amar.
Como signos opostos, a Vênus em Sagitário pode pensar que a pessoa de Vênus em Gêmeos é dispersa e superficial, enquanto a pessoa de Vênus em Sagitário se percebe mais recolhido e profundo.
Essa diferença fica ainda mais aguda, porque Frida tinha o Sol em Câncer e Diego, em Sagitário. O Sol na astrologia está relacionado ao modo “vital” como nos colocamos no mundo. Um dos principais pilares do signo de Câncer é a necessidade de segurança emocional. Já Sagitário, deseja liberdade e explorar o mundo.
Portanto, para além de signos opostos, o Sol de Frida e Diego tinha princípios completamente diferentes. Desse modo, a falta de harmonia entre um casal seria presente de algum modo.
É claro que mesmo com uma sinastria amorosa não tão favorável, quando o casal realmente está disposto a aparar as arestas do relacionamento, é possível construir uma relação harmônica justamente através da transformação das maiores vulnerabilidades entre os dois.
Frida Kahlo e Diego Rivera: mesmo opostos, juntos até a morte!
Entre tantos altos e baixos, Frida morreu ainda casada com Diego e ele foi o responsável por reunir o acervo de obras da mulher. Na época, pediu ao poeta Carlos Pellicer para desenvolver a museografia da Casa Azul (antiga casa em que os dois moravam e hoje um dos pontos turísticos mais visitados no México). Ele reuniu roupas, cartas, livros, espartilhos e alguns dos remédios da Frida, que na época da sua morte, em 1954, ainda não era conhecida do grande público, sendo mais associada ao marido pintor.
Última foto de Frida Kahlo e Diego Rivera durante um protesto contra a intervenção dos Estados Unidos na Guatemala. Foto de 2 de julho de 1954
Diego quis ampliar a influência de Frida Kahlo porque tinha certeza de que sua parceira de vida estava trabalhando em “uma série de obras-primas sem precedentes na história da arte”.
Pinturas que, para o muralista, “exaltavam as características femininas de resistência, honestidade, autenticidade, crueldade e sofrimento. Nunca uma mulher retratou em tela uma poesia tão agonizante como a de Frida”.
Os distanciamentos, as separações e os casos amorosos não eram maiores que o amor não convencional entre Vênus em Gêmeos e Vênus em Sagitário que sentiam um pelo outro e que transcendeu a morte.
Helena Marques é jornalista formada pela UFRJ e editora do site Dom de Fluir. Desde a infância estuda astrologia e a partir de 2015 ampliou os seus horizontes para o tarot e numerologia!
Gustav Klimt e Emilie Flöge. Foto: Reprodução Internet
A palavra-chave para a Vênus em Aquário é a liberdade! Há quem pense que estar num relacionamento é “sempre fazer tudo” ao lado do outro. Quase como se o mundo se resumisse ao casal! Mas não há pensamento pior para a Vênus em Aquário do que esse. Para eles, antes de serem amantes, o mais importante é a relação de amizade entre as duas pessoas, e assim, o laço se expande!
Como arquétipo dessa Vênus, temos o relacionamento do pintor Gustav Klimt com a designer de moda Emilie Flöge. Apesar de não haver indícios “oficiais” de que os dois viviam, de fato, um relacionamento amoroso, vários biógrafos do artista contam que eles formavam um casal não-convencional.
A pintura mais conhecida de Klimt é “O Beijo“, de 1908. Nela, um homem dá um beijo apaixonado em uma mulher que está ajoelhada. No entanto, nada de machismo! Klimt enxergava as mulheres como superiores aos homens. Por isso, em várias das suas obras, há sempre uma mulher bem poderosa.
“O Beijo”, obra de Gustav Klimt pintada em 1908
Em situações onde as mulheres surgem “aparentemente” submissas, se trata de uma concessão que a mulher fez como um gesto nobre à fraqueza masculina em resistir ao seu poder.
Uma das suas maiores musas foi Emilie Flöge, que além de aparecer em várias das suas obras, também foi a sua parceira criativa em busca de criar vestidos para as mulheres que fossem fresquinhos e que as deixassem livres!
Emilie Flöge e Gustav Klimt. Foto: Reprodução Internet
Para além de reformar o vestuário, a dupla queria revolucionar o comportamento feminino da época:
“Chega de bonecas com corpetes, rendas e laços! Abram as portas para a mulher que não é somente o objeto de desejo masculino, mas sua parceira ao subir montanhas, andar de bicicleta, ou mesmo no trabalho!”.
Retrato de Emilie Flöge, pintado por Klimt em 1902
Assim, os “vestidos reforma”, idealizados por Klimt e Flöge, simbolizaram uma nova forma da mulher ser e estar no início do século XX, onde ela ainda era vista meramente como um instrumento de procriação.
Romances baseados no arquétipo da Vênus em Aquário têm tudo a ver com um casal pensando fora da caixinha, principalmente, no sentido de como melhorar a sociedade!
O amor da Vênus em Aquário
A Vênus em Aquário também fala sobre o amor desapegado e isso é uma síntese do que esse casal “artístico” viveu! Até hoje, não há comprovações documentadas de que eles formavam um casal “oficialmente”, até porque Klimt era um grande mulherengo.
No entanto, o pintor fez questão de no seu testamento deixar metade do seu patrimônio para Emilie, que herdou diversas obras de Klimt, que estavam sob a sua tutela até a Segunda Guerra Mundial, quando parte da sua casa foi incendiada pelos nazistas.
Com o passar dos anos, contudo, o legado de Emilie Flöge foi esquecido, mas em 2015, o desfile da grife Valentino trouxe o seu legado de volta à mídia.
A estilista foi a grande inspiração da coleção de inverno, que revisitou a sua vanguardista geometria óptica preto e branco. Vestidos longos, folgadinhos, que deixam as mulheres bem soltinhas, foram o destaque da ocasião!
Desfile da coleção do Inverno de 2015, inspirado em Emilie Flöge. Foto: Vogue
Helena Marques é jornalista formada pela UFRJ e editora do site Dom de Fluir. Desde a infância estuda astrologia e a partir de 2015 ampliou os seus horizontes para o tarot e numerologia!
Quem acompanha Shakira, sabe que a cantora colombiana é bem engajada criativamente em seus projetos e um que sempre me chamou atenção foi o “Fijación Oral – em português – Fixação Oral”.
Capa do disco Shakira “Fijación Oral” – Vol.1. Foto: Divulgação
Na capa do volume 1, Shakira aparece com um look carregado de acessórios bem “nativos”, segurando um bebê. Mas nada de um tom “maternal”.
O fundo vermelho e os “elementos” na roupa da cantora, já pontuavam semioticamente o que ela ela queria dizer.
Freud, o pai da psicanálise, classifica “a fase oral” como a primeira no desenvolvimento psicossexual da criança. A fonte do prazer no bebê é através da alimentação. Até os 18 meses, o meio de exploração que o neném encontra de descobrir o mundo é através da boca!
Formada em História da Arte, Shakira revelou adorar estudar psicologia e quis encarnar o arquétipo de Eva nesse álbum! O arquétipo de Eva pode ser entendido como a mulher que “desafia” alguma regra da sociedade e parte sem medos em prol dos seus desejos!
Shakira como Eva em Oral Fixation Vol.2. Foto: Divulgação
Além disso, inspirada nos escritos de Freud, ela revelou que através de autoanálises, se percebeu uma pessoa muito “oral” e queria transmitir isso nesse trabalho.
“Eu queria atribuir a Eva mais uma razão para morder o fruto proibido, que seria sua fixação oral” e que “[ela sempre pareceu] uma pessoa muito oral. [É a] maior fonte de prazer [dela]”, declarou na época.
A bíblia passa a mensagem de que foi Eva quem “incentivou” Adão a também comer a maçã e eles foram expulsos do paraíso.
A partir daí, as religiões judaico-cristãs começaram a disseminar inconscientemente a ideia de que a mulher era a “perdição” do homem.
Afinal de contas, Adão só comeu a maçã porque Eva experimentou e ofereceu, #coitado.
Shakira, enquanto mulher selvagem assumindo a sua fixação oral, aparece levada pela a sua vontade de ser potência e ao longo das canções, celebra o poder feminino como “Las de La Intuición”, passeia pelo reggaeton e até mesmo o rock!
Mostrando, desse modo, que não tem medo de explorar as suas diferentes facetas e, para além disso, reafirmar a sua posição enquanto mulher pensante e independente!
Helena Marques é jornalista formada pela UFRJ e editora do site Dom de Fluir. Desde a infância estuda astrologia e a partir de 2015 ampliou os seus horizontes para o tarot e numerologia!
O grande vanguardista da arte plástica no século XX, Pablo Picasso tinha o Sol em Escorpião e sabia usar essa energia criativamente com maestria!
Inspirado no cubismo de Georges Braque, usando todo o poder de transmutação e reconstrução escorpiana, o espanhol se tornou sinônimo desse movimento – conhecido pelos traços “deformados”, sendo bem malvisto na época.
Pablo Picasso – a representação do arquétipo de Escorpião. Foto: Divulgação
Se um pintor era pago pelo seu mecena para retratar o dia-a-dia aristocrata, a beleza das serenas paisagens e elementos de natureza morta (tudo muito normal e sem grandes novidades). Logo em 1907, lá estava Picasso – explorando toda sua liberdade artística ao homenagear as prostitutas do bordel na rua Avignon.
Todas nuas, eternizadas em forma cubista em “AsSenhoritas de Avignon”, algumas até usando máscaras de inspiração africana.
As Senhoritas de Avignon, obra de Picasso pintada em 1907
Tinha que ser muito escorpiano para bancar e peitar por uma obra com um combo cheio de tabus: mulheres nuas, prostitutas, traços deformados e inspiração da arte africana numa Europa dominada pelos ideais de eugenia.
E assim, o fez! A pintura é uma das mais conhecidas mundialmente, mas deu muita dor de cabeça para Picasso na época. Recebeu uma enxurrada de críticas e foi até “alçado” à categoria de artista marginal! E que bom que Picasso foi esse marginal da arte!
Mais tarde, Picasso se referiu à pintura como “sua primeira obra exorcista.” Ele explicou que quis exorcizar a tradição artística, introduzindo novas técnicas e novos paradigmas à pintura e à sociedade!
O signo de Escorpião nos ensina a exorcizar muito dos nossos anseios conscientes e inconscientes, fazer isso usando a criatividade é uma ótima maneira de canalizar as sombras e as luzes que todos carregamos!
Helena Marques é jornalista formada pela UFRJ e editora do site Dom de Fluir. Desde a infância estuda astrologia e a partir de 2015 ampliou os seus horizontes para o tarot e numerologia!